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Pode dizer que estou puxando o saco, mas só falei verdades

Os 3 anos da Talquimy inspiram a pensar sobre algo fundamental para a inovação no mercado de comunicação: um novo patamar da relação agência-cliente.

Em 2009, surgia o Kickstarter, plataforma de financiamento coletivo com uma missão simples: ajudar projetos criativos a saírem do papel. O canal já cravou a marca de mais de 140 mil projetos, movimentando uma receita de 3.7 bilhões de dólares.

Uma característica própria desse modelo é a relação mais próxima entre o empreendedor e seus investidores, sendo esses também, os clientes que irão usufruir do produto ou serviço em primeira mão. Em projetos assim, o vínculo entre as partes não se restringe a uma dependência financeira, mas também a um objetivo comum de ver algo novo realizado.

Isso inspira um cliente moderno sem ser hipster. Cria uma possibilidade de troca de ideias, menos vulnerável às vaidades, resultando em uma evolução nas entregas a patamares inatingíveis quando trabalhamos sob um modelo de relação convencional, onde manda quem paga e obedece quem tem juízo.

Essa característica própria do financiamento coletivo é também aplicável no mercado da comunicação. Nesses primeiros anos de vida, a Talquimy teve a sorte de se deparar com clientes que embarcaram na proposta de fazer algo que não estava em sua zona de conforto. Ao longo dos 3 anos, trabalhamos iniciativas que, de certa forma, exigiram fôlego e disposição dos clientes para as tornarem viáveis.

Por conta dessa relação de parceria, vimos clientes incorporarem mais o digital e o conteúdo no centro de suas estratégias de comunicação. E é muito bacana fazermos parte dessa evolução cultural das marcas, onde criatividade, inovação e mensuração vão além de um jogo de erros e acertos e se tornam ferramentas para gerar inteligência de negócio.

Expert Blindness

Na SXSW deste ano, uma das apresentações mais interessantes foi com o Neurocientista da Nielsen, Carl D. Marci, que apresentou o conceito “Expert Blindness”, a cegueira do especialista.

Por meio de testes comparativos, clientes e vendedores da marca Honda eram expostos a uma série de estímulos, geralmente campanhas de publicidade da empresa. A pesquisa identificava o nível de atenção de cada público para as diferentes peças e a conclusão central foi que, enquanto os clientes se interessavam por conteúdo, os vendedores só viam o produto.

Quando os dois públicos foram submetidos a propaganda de TV T-Shirt, essa diferença de visão ficou nítida. Enquanto os clientes se interessavam pela troca das camisetas, os vendedores só notavam o carro.

Se tem uma coisa que queremos para os próximos 3 anos da Talquimy é expandir o olhar sobre os interesses do cliente (e do cliente do cliente). Entendendo o que vê quem está do outro lado, a gente passa a enxergar melhor o todo, ampliando nossas próprias possibilidades.

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