Comunicação é fundamental para ajudar as marcas construírem a confiança e a credibilidade necessárias
O mercado de fintechs no Brasil começou a ganhar tração no início da década de 2010, impulsionado pela fundação de empresas pioneiras como Nubank e Guiabolso, e pelo aumento significativo de investimentos no setor. O ambiente regulatório favorável, com marcos como a Resolução 4.282 em 2013, junto à crescente adoção de smartphones, possibilitou a expansão de soluções digitais inovadoras. A criação de associações como a ABFintechs e o interesse crescente de investidores consolidaram a maturidade do setor, que hoje enfrenta o desafio de escalar e incluir financeiramente as camadas mais vulneráveis.
As fintechs brasileiras, segundo estudo da PwC e ABFintechs, têm buscado equilíbrio entre independência financeira, cautela com gastos e foco em automação. A pesquisa revela que 73% destas startups foram fundadas nos últimos cinco anos, muitas com menos de 20 funcionários. Há uma ênfase crescente em automação, inteligência artificial e blockchain, além de uma forte concentração no mercado B2B. As fintechs também têm priorizado a sustentabilidade financeira e a redução da dependência de aportes externos, adotando uma postura mais cautelosa em investimentos e crescimento.
Um dos grandes desafios das fintechs, tanto no B2C quanto no B2B, é conquistar a confiança dos clientes em um setor historicamente dominado por instituições financeiras tradicionais. No B2C, isso envolve garantir segurança e transparência nas transações, além de entregar uma experiência de usuário impecável. No B2B, a confiança depende da capacidade de oferecer soluções robustas, escaláveis e de fácil integração, muitas vezes em ambientes corporativos complexos. O uso de tecnologias como automação e blockchain também contribui para aumentar a segurança e confiabilidade das operações.
A comunicação eficaz é essencial para consolidar as marcas no setor de fintechs, pois ela ajuda a construir a confiança e a credibilidade necessárias para se diferenciar em um mercado altamente competitivo. Estratégias claras e transparentes de comunicação, que explicam os benefícios das soluções e reforçam o compromisso com a segurança e inovação, são fundamentais para conquistar o público. No B2C, a comunicação focada na experiência do usuário e no atendimento pode humanizar a marca, enquanto no B2B, a demonstração de expertise e confiabilidade fortalece as parcerias comerciais.
Comunicação pautada pela educação financeira como forma de construir reputação
Quando voltada para a educação financeira, a comunicação de marca pode ser uma ferramenta poderosa para as fintechs se consolidarem. No B2C, isso pode fomentar um uso mais consciente e amplo das soluções financeiras, enquanto no B2B, ajuda a demonstrar expertise, educando clientes empresariais sobre como otimizar processos financeiros. Dessa forma, as fintechs conseguem reforçar seu valor agregado, aumentando a retenção e a confiança dos clientes.
No Brasil, as principais vozes que impulsionam as conversas sobre educação financeira incluem, no B2C, Nath Finanças e Nathalia Arcuri, que focam em finanças pessoais acessíveis e inclusão financeira. Além disso, o movimento Black Money traz um olhar para a educação financeira da população negra, promovendo o empreendedorismo e a autonomia financeira.
No B2B, a ABFintechs e a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) têm fomentado a educação financeira e inovação no setor. A ABFintechs promove a Fintech Conference e capacitações voltadas ao crescimento das fintechs. Já a Anbima oferece o Ciclo de Estudos Anbima, pesquisas sobre tendências do mercado financeiro e a Semana Mundial do Investidor, eventos focados em educar tanto o público empresarial quanto investidores sobre práticas de mercado e novas oportunidades.
Algumas empresas também se destacam no uso da educação financeira como via de comunicação de marca. A XP Inc e BTG Pactual, junto a consultorias como a PwC, são líderes na promoção de soluções e inovações financeiras para o setor empresarial por meio de relatórios estratégicos, como o Estudo de Mercado PwC, que aborda tendências financeiras e automação. Essas organizações também promovem eventos relevantes, como o Expert XP, o maior evento de investimentos da América Latina, e o CEO Conference BTG, que conecta líderes empresariais e discute estratégias inovadoras para o futuro dos negócios financeiros.
