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Estratégia híbrida do phygital ainda faz sentido?

Enquanto algumas marcas continuam investindo nessa estratégia para oferecer experiências personalizadas, outras têm priorizado o digital puro para otimizar operações

Nos últimos anos, o conceito de “phygital” conquistou espaço no marketing e nas experiências de consumo. A proposta de unir o físico e o digital foi essencial para marcas que buscavam criar conexões com consumidores durante a pandemia, quando a interação face a face estava limitada. Mas será que ainda há espaço para essa estratégia híbrida?

O phygital surgiu como uma resposta ao desejo dos consumidores por experiências que vão além da compra tradicional. A proposta era criar uma jornada fluida, onde o digital complementa o físico e proporciona uma integração perfeita entre os dois mundos. Durante a pandemia essa abordagem se tornou fundamental com o fechamento, em alguns casos temporário, de lojas físicas. Então a necessidade de conectar o físico ao digital se intensificou. Dados da MIVA indicam que 92% dos baby boomers migraram para as compras online, o que registrou crescimento de cerca de 50% nas compras online dessa geração em 2020, conforme dados do NPD Group’s Checkout Tracking.

No Brasil, a integração digital também se firmou. Segundo o Mobile Consumer Survey 2023 da Airship, 83% dos consumidores brasileiros recorrem aos smartphones para comparar preços e buscar informações online enquanto estão em lojas físicas. Esse comportamento reforça a relevância do phygital, que continua a se adaptar às novas demandas de consumo.

Casos de sucesso em marcas como Sephora e Nike exemplificam essa evolução. Em suas lojas, como a “Beauty TIP Workshop” em São Francisco, a Sephora incorporou elementos de realidade virtual (VR) que permitem aos clientes experimentar produtos virtualmente. Isso inclui um laboratório de VR onde os consumidores podem testar diferentes looks de maquiagem de forma digital. Já a Nike, com sua loja conceito House of Innovation em Nova York, oferece uma experiência totalmente integrada ao aplicativo em que permite que os clientes digitalizem produtos, reservem itens e experimentem nas estações de provadores inteligentes. Essas iniciativas mostraram que o phygital não apenas otimizou a experiência de compra, mas também aumentou o engajamento com a marca.

Estratégia de longo prazo ou tendência passageira?

O relatório The Future of Consumer Tech 2030 da WGSN reforça o potencial do phygital ao prever a ascensão do “self aumentado”. Nos próximos anos, tecnologias phygital podem preencher a lacuna entre físico e digital para permitir que consumidores explorem ambientes virtuais, experimentem tato e intimidade na comunicação remota e até aumentem suas capacidades mentais e sensoriais.

Embora algumas marcas continuem investindo nessa estratégia para oferecer experiências imersivas e personalizadas, outras têm priorizado o digital puro para otimizar suas operações e responder à crescente preferência por compras e interações online. Esse é o caso da varejista de moda norte-americana Forever21, que fechou suas lojas físicas no Brasil em 2020 e passou a investir em plataformas de e-commerce para atender à demanda por compras online e reduzir custos associados a espaços físicos. 

Mesmo em um mundo onde o digital avança, o phygital representa um ponto de encontro crucial para marcas que buscam algo além da transação: elas buscam conexão, valor e lealdade. Em um mercado competitivo, onde a atenção dos consumidores é disputada a cada segundo, estratégias de integração digital-física podem ser o diferencial para alcançar o sucesso.

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