Fintech, martech, adtech… Como funciona o novo ramo da tecnologia dos produtos de beleza e quais as possibilidades para este novo nicho.
Beauty techs demandam um modelo de comunicação diferenciada, baseada em dados e experiência.
Fintech, martech, adtech, segmentos com sobrenome “tech” estão bombando no mercado e na indústria da beleza não é diferente. As beauty techs têm aberto um campo enorme de possibilidades para produtos e serviços inovadores, que incluem ferramentas de diagnóstico, soluções personalizadas, dispositivos de cuidados com a pele e cabelo e o que mais for possível em aplicativos de beleza.
Segundo a Statista, plataforma especializada em dados, embora o segmento esteja crescendo, o setor de beauty tech ainda é uma área relativamente nova e de nicho.
“O nome é usado como um termo abrangente para todas as ferramentas e softwares baseados em inteligência artificial e realidade aumentada usados na beleza, seja um espelho inteligente ou um software de diagnóstico que oferece escaneamento facial para fazer recomendações inteligentes e informadas”, aponta a jornalista de dados do Statista, Anna Fleck.
Conforme o gráfico abaixo, a projeção é que essa participação das beauty techs no faturamento do mercado tradicional da beleza saia de 1.8%, registrado em 2021, e chegue em 3.1%, projetado para 2026.
Importância dos dados e personalização no novo paradigma de comunicação
Um dos vetores desse crescimento é a capacidade de coletar e analisar grandes quantidades de dados de consumidores, o que permite às empresas de beleza criar produtos personalizados com base em necessidades individuais, algo cada vez mais buscado nesse segmento.
Aplicativos e dispositivos inteligentes utilizam IA para analisar a pele do usuário e recomendar produtos específicos que atendam às suas necessidades únicas. Segundo relatório de mercado global de IA em beleza e cosméticos de 2024, da The Business Research Company, a IA no mercado de beleza e cosméticos está preparada para uma rápida expansão, com receitas projetadas para 8,1 milhões de dólares até 2028, demonstrando o potencial e a aceitação dessas tecnologias pelo mercado.
O mercado das Beauty Techs é altamente competitivo e está atraindo cada vez mais investimentos de grandes empresas do setor de tecnologia e beleza, como é o caso da L’Oréal que, em 2023, anunciou a aquisição da startup de cuidados personalizados com a pele Skinsei. A Skinsei usa um algoritmo proprietário para criar rotinas de cuidados com a pele com base em dados fornecidos pelos clientes.
A CMO da L’Oréal nos Estados Unidos, Han Wen, sinaliza também a importância dessa inteligência gerada para uma comunicação de marca mais orgânica e baseada em experiência. De acordo com a McKinsey, 71% dos consumidores esperam que as empresas ofereçam interações personalizadas e 76% ficam frustrados quando isso não acontece. Esse dado ressalta a importância da personalização na construção de uma experiência positiva para o cliente.
Outro exemplo é a Estée Lauder, que usa a análise de dados para entender melhor as preferências dos consumidores e criar produtos mais direcionados. O aplicativo Voice-Enabled Makeup Assistant (VMA), seu primeiro dispositivo móvel com inteligência artificial, ajuda os usuários com deficiência visual a aplicar maquiagem com mais facilidade e confiança.
O futuro das Beauty Techs
As beauty techs estão revolucionando a experiência do consumidor na indústria da beleza. A personalização avançada, alimentada por IA e AR, permite que os consumidores recebam produtos e serviços sob medida para suas necessidades individuais. À medida que essas tecnologias continuam evoluindo, podemos esperar que a experiência do consumidor se torne cada vez mais personalizada, conveniente e satisfatória.