As techs vêm revolucionando os negócios em algumas frentes que, de acordo com estudos globais, definem a forma de vender e consumir.
Do “fin” ao “fun”, as empresas tech estão cada vez mais assumindo a função de trazer as respostas para os dinâmicos anseios do consumidor. São empresas de variados segmentos – financeiro, entretenimento, educação, saúde, food service – que têm em seu núcleo a inovação e aplicação de tecnologias para solucionar problemas do mercado consumidor.
Com uma curva de aprendizado mais rápida, elas vêm revolucionando os negócios em algumas frentes que, de acordo com estudos globais, definem a forma de vender e consumir. Segundo relatório Futuros Propulsores de 2024 da WGSN, algumas dessas frentes são:
● Economia do cuidado, cultura que percebe o cuidado pessoal e coletivo como fundamental para o bem-estar econômico, inclusive.
● Planeta em xeque, que diz respeito ao momento crítico de preservação do planeta, que leva a uma conscientização mais global de que é necessário mudar.
● Apenas o essencial, um pensamento crescente fomentado pelo burnout profissional, agravado pela crise econômica e o prolongado isolamento social a que nos condicionamos na pandemia. Neste nem tão novo pensamento assim, predomina mais do que nunca a visão de que os estilos de vida precisam
mudar.
Techs e a comunicação de marca
Essas novas frentes de atuação no mercado trazem outros desafios para a comunicação de marca, exigindo ir além da divulgação. O ponto fundamental para empresas nesse segmento é fortalecer conversas que contribuam para a construção desse novo cenário de inovação. As necessidades são diversas, mas duas delas são mais latentes.
Uma é a comunicação dirigida à educação do mercado para prover um repertório que ajude no entendimento sobre como essa oferta de inovações funciona. Um exemplo em mobility tech é o caso da Uber, que no seu início precisava esclarecer ao cliente e à rede de motoristas sobre seus processos de
pagamento e sua mecânica de utilização, promovendo uma diferenciação frente à oferta tradicional dos táxis. Quem lembra da balinha oferecida nos carros como forma de marcar esse diferencial?
A outra demanda é a construção de uma audiência, ou seja, a formação de uma comunidade que será diretamente beneficiada com as inovações trazidas. Aqui o desafio se amplia, pois não está restrito a compartilhar conteúdos sobre serviços e produtos. A marca precisa se aproximar do público por meio de uma conversa mais engajadora de valor prático.
O levantamento da WGSN aponta que “as empresas precisam implementar processos que estimulem a cocriação, aproximando a inovação do seu cliente”. Esse tipo de troca é muito mais viável nas startups de tecnologia, que operam com processos mais flexíveis, onde ideias vindas da comunidade possam efetivamente ser potencializadas pela marca.
A comunicação como um ativo
O bom entrelaçamento entre performance e branding insere uma startup tech no radar de empresas maiores que estejam interessadas em processos de aquisição e fusão. Segundo levantamento da Sling Hub, uma das principais plataformas de inteligência de dados de startups, no Brasil, o Magazine Luiza
foi o maior comprador de startups em 2021, com 23 aquisições.
O Serasa, por sua vez, começou também em 2021 um movimento de ampliar sua atuação por meio de techs. Em quatro anos, a organização já investiu em 13 startups, do segmento financeiro a seguros e agronegócio. O presidente do Serasa Experian, Valdemir Bertolo, afirma que essa é a melhor estratégia
porque “não dá para desenvolver tudo dentro de casa”.
Seja uma healthtech, fintech ou agrotech, independente do segmento tech de atuação, a comunicação de marca é uma frente fundamental para a construção desses negócios inovadores, tornando-se um componente estratégico de peso desde as etapas iniciais do desenvolvimento da identidade narrativa até suas ampliações e evoluções estruturais.